As 10 maiores empresas da África por capitalização de mercado (2025)

Neste artigo, analisamos as maiores empresas da África, classificadas por capitalização de mercado. As economias africanas são menores que as dos principais países, mas vêm crescendo em ritmo recorde. Um bom conhecimento sobre as maiores empresas do continente pode ser vital para que traders ganhem vantagem no mercado.

A África do Sul continua a dominar a lista — oito das dez empresas são sul-africanas, e Marrocos responde pelas duas restantes. Isso reflete a maior profundidade dos mercados de capitais sul-africanos, governança corporativa mais desenvolvida e a presença de grandes fundos de pensão e investimento domésticos. Outras regiões, como a África Ocidental e o Norte da África além de Marrocos, seguem sub-representadas devido a bolsas menores e menos líquidas, frequentes desvalorizações cambiais que reduzem as avaliações em USD e a predominância de estatais ou empresas listadas no exterior que não aparecem nos rankings locais.

Do ponto de vista setorial, bancos dominam a lista, com operadoras de telecomunicações móveis formando o segundo maior setor. A força das instituições financeiras e de telecom mostra onde o crescimento escalável do setor privado africano se concentrou — em finanças e conectividade. Enquanto isso, mineradoras de ouro subiram acentuadamente no ranking à medida que o preço do ouro atingiu recordes em 2024–25. Gold Fields e AngloGold Ashanti foram as que mais avançaram, com a AngloGold saindo de fora do top 10 em 2023 para uma posição entre as três maiores em 2025, impulsionada pelo apetite dos investidores por ativos de ouro e forte geração de caixa.

Para colocar em perspectiva, o valor de mercado total das 10 maiores empresas africanas é de aproximadamente US$ 265–270 bilhões. Em comparação, as 10 maiores empresas dos Estados Unidos superam US$ 20 trilhões, enquanto as da China ficam em torno de US$ 6–7 trilhões, destacando o amplo espaço para crescimento dos mercados acionários africanos à medida que as economias se expandem e a governança corporativa se aprofunda.

Como definimos “as maiores”?

É importante estabelecermos como estamos classificando essas empresas. Sim, estamos ranqueando as maiores empresas — mas o que isso significa e como medir? Usaremos a capitalização de mercado como métrica, que é o valor de mercado das ações em circulação de uma companhia. Na prática, é o valor do patrimônio (equity) da empresa e pode refletir a percepção pública sobre seu valor total. Calcula-se a capitalização de mercado multiplicando o preço das ações pelo número de ações em circulação. Conhecer essa medida é importante para investidores tomarem decisões mais embasadas ao investir e operar.

10 Largest African Companies

Dados do Datawrapper e do CompaniesMarketCap.com até outubro de 2025.

Essas empresas podem não ser tão reconhecíveis para o público em geral quanto as maiores de outros continentes ou países. Isso torna ainda mais importante para os traders conhecerem seu histórico e construir uma vantagem competitiva.

1. Naspers (Internet / Mídia / Tecnologia)

A maior empresa da África é um conglomerado diversificado de internet, tecnologia e mídia com atuação global. Fundada em 1915, a Naspers dominou o mercado sul-africano ao longo do século XX, sendo a maior holding com participações relevantes em livros, jornais e revistas. Ao longo das décadas de 1980 e 1990, passou a se globalizar e diversificar seus ativos, tornando-se a multinacional de participações que é hoje.

Atualmente, detém participação majoritária na subsidiária de investimentos Prosus, que administra os interesses globais de internet da Naspers, incluindo pagamentos, delivery e plataformas de mídia social. Por meio da Prosus, a Naspers é uma das maiores acionistas da gigante chinesa Tencent, mas vem reduzindo gradualmente sua participação para financiar programas de recompra de ações.

A Naspers também é dona da maior empresa de mídia da África, a Media24, e do maior varejista online da África do Sul, o Takealot. O grupo segue apoiando a inovação por meio da Naspers Foundry — seu braço de venture capital que investe em start-ups sul-africanas focadas em e-commerce, logística e finanças digitais. Esses investimentos diversificados ajudaram a Naspers a manter sua posição como a empresa de capital aberto mais valiosa da África e uma das 400 maiores do mundo por capitalização de mercado (outubro de 2025).

2. Gold Fields (Mineração de Ouro)

A Gold Fields Limited é uma das maiores mineradoras de ouro do mundo. Fundada em 1887 por Cecil Rhodes, tornou-se a empresa atual após a fusão com a Gencor. A Gold Fields é listada tanto na JSE quanto na Bolsa de Nova York (NYSE) e opera minas globalmente, com operações-chave na África do Sul, Gana, Austrália e Peru.

A companhia se beneficiou significativamente do salto nos preços do ouro em 2024–25, com o metal superando recordes acima de US$ 4.000/oz. Isso fortaleceu a lucratividade, o fluxo de caixa e os dividendos. A Gold Fields também tem focado em sustentabilidade e inovação nos últimos anos, intensificando investimentos em energia renovável e gestão hídrica em suas minas para reduzir a pegada ambiental.

3. AngloGold Ashanti (Mineração de Ouro)

A AngloGold Ashanti é uma das principais produtoras de ouro do mundo, com operações na África do Sul, Gana, Austrália, Brasil e Argentina. A companhia foca na exploração, extração e produção de ouro, atendendo indústrias, fabricantes de joias e bancos centrais.

Em 2025, o valor de mercado da AngloGold Ashanti disparou com o ouro em máximas históricas, elevando seu fluxo de caixa livre aos maiores níveis em anos. Esse desempenho ajudou a empresa a subir rapidamente no ranking africano entre 2023 e 2025. A companhia segue listada na JSE, na Bolsa de Gana e na NYSE. Sua disciplina de capital, eficiência operacional e redução do endividamento a tornaram um dos destaques entre as mineradoras globais neste ano.

4. FirstRand (Serviços Bancários e Financeiros)

A FirstRand é uma das maiores instituições financeiras da África, oferecendo serviços de varejo, corporativos, comerciais e de banco de investimento. Fundada em 1838 e reestruturada em 1998, tem sede em Joanesburgo e é autorizada pelo Banco de Reserva da África do Sul como prestadora de serviços financeiros. Opera por meio de subsidiárias como FNB (First National Bank), RMB (Rand Merchant Bank) e WesBank.

O grupo continua entregando crescimento sólido de lucros, apoiado por transformação digital, fortes colchões de capital e expansão na África Subsaariana. Além do mercado doméstico, a FirstRand tem presença na Índia, no Reino Unido e em várias jurisdições offshore, o que a torna um dos bancos mais internacionalmente diversificados do continente.

5. Standard Bank Group (Banco)

O Standard Bank Group Limited é o maior credor por ativos da África e uma das instituições financeiras mais antigas do continente, fundada em 1862. Com sede em Joanesburgo, atua em mais de 20 países africanos e é listado na JSE e na Bolsa de Londres (LSE).

O banco oferece um portfólio completo de serviços — corporativo, investimento, varejo e gestão de patrimônio. O Standard Bank continua investindo fortemente em soluções de banco digital e em iniciativas de finanças sustentáveis, alinhadas às tendências globais de ESG. Mantém-se como referência de estabilidade financeira e é visto como um termômetro da saúde do setor bancário africano.

6. Capitec Bank (Banco de Varejo / Financeira ao Consumidor)

Fundado em 2001, o Capitec Bank é o maior banco de varejo da África do Sul por base de clientes, atendendo cerca de 25 milhões de pessoas em meados de 2025. Conhecido por sua abordagem simples, transparente e de baixo custo, o Capitec cresceu rapidamente ao priorizar conveniência digital e acessibilidade.

Com sede em Stellenbosch, emprega mais de 15.000 pessoas e opera milhares de caixas eletrônicos e pontos de atendimento digitais no país. Sua estratégia se concentra na expansão das plataformas online e mobile, oferecendo empréstimos pessoais, produtos de poupança e seguros acessíveis. O foco na experiência do cliente fez do Capitec uma das marcas de consumo mais confiáveis da África do Sul.

7. MTN Group (Telecom Móvel / Fintech)

A MTN Group Limited é a maior empresa de telecomunicações da África, com aproximadamente 298 milhões de assinantes em 20 países da África e do Oriente Médio (1º semestre de 2025). Fundada em 1994 e sediada em Joanesburgo, fornece serviços de voz, dados e digitais e vem expandindo rapidamente sua atuação em fintech por meio da plataforma MoMo (Mobile Money).

A Nigéria é seu maior mercado, respondendo por mais de um terço da receita do grupo, seguida por África do Sul e Gana. A MTN continua investindo em infraestrutura 5G, redes de fibra e serviços financeiros digitais. A vertical de fintech tornou-se um importante motor de receita, posicionando a MTN como uma provedora diversificada de comunicações e serviços financeiros.

8. Vodacom (Telecom Móvel / Serviços de Telecom)

A Vodacom é a principal empresa de comunicações móveis da África do Sul e uma das maiores operadoras do continente. Fundada em 1994, tem 65% de participação acionária da Vodafone Group e é listada na Bolsa de Joanesburgo (JSE). A companhia oferece serviços móveis, banda larga e dados a mais de 210 milhões de clientes em toda a África (incluindo suas participações na Safaricom e na Vodacom Egypt).

A Vodacom teve papel decisivo na ampliação da conectividade digital, lançando serviços 5G em Joanesburgo, Pretória e Cidade do Cabo, e expandindo soluções fintech por meio de plataformas de pagamento móvel. Também é reconhecida pelo patrocínio de longa data a grandes ligas esportivas sul-africanas, fortalecendo sua presença de marca no continente.

9. Attijariwafa Bank (Banco)

Com sede em Casablanca, Marrocos, o Attijariwafa Bank é a maior instituição financeira do país e um player de destaque no Norte e no Oeste da África. Opera um modelo bancário universal — varejo, corporativo e investimento — e possui subsidiárias em mais de uma dezena de países na África e na Europa.

A instituição segue se beneficiando da integração comercial regional e da expansão da influência bancária marroquina na África francófona. Com balanço robusto e lucratividade consistente, o Attijariwafa tornou-se um dos bancos mais estáveis e com maior inserção internacional do continente.

10. Maroc Telecom (Telecom / Móvel & Fixo)

A Maroc Telecom, também conhecida como Itissalat Al-Maghrib, é a operadora incumbente do Marrocos e uma das maiores companhias listadas do Norte da África. Oferece serviços móveis, telefonia fixa e banda larga, com operações em diversos países africanos, incluindo Mali, Mauritânia, Burkina Faso e Costa do Marfim.

Apesar de enfrentar maior escrutínio regulatório e concorrência, a Maroc Telecom mantém forte lucratividade graças à diversificação de receitas e à gestão eficiente de custos. A empresa segue liderando a inclusão digital e o desenvolvimento de infraestrutura de telecom na África francófona.

Perspectiva de Investimento: Tendências, Riscos & Diversificação

Tendências de desempenho das ações:

• Mineradoras de ouro (Gold Fields, AngloGold Ashanti) lideraram as ações africanas em 2024–25, impulsionadas por cotações recordes acima de US$ 4.000/oz e robusta geração de caixa. Os dividendos ganharam força à medida que as mineradoras reduziram alavancagem e priorizaram retornos ao acionista.
• Bancos (FirstRand, Standard Bank, Capitec) mostraram resiliência, sustentados por posições de capital sólidas, expansão do banco digital e gestão disciplinada de risco. A alta de juros ampliou margens, ajudando o setor a entregar crescimento consistente de dividendos.
• Telecom (MTN, Vodacom, Maroc Telecom) continuam apresentando lucros estáveis com serviços de dados e dinheiro móvel. Plataformas fintech como o MoMo transformaram operadoras em hubs financeiros digitais, criando um motor de crescimento durável além de voz e dados.

Riscos & oportunidades:

• Volatilidade cambial segue como o principal desafio ao investidor global: oscilações no rand, naira e outras moedas de fronteira podem neutralizar ganhos locais.
• Riscos regulatórios e políticos variam amplamente: mudanças em controles de capital, licenças de espectro e regimes fiscais podem alterar rapidamente trajetórias de lucro.
• Liquidez e valuation ainda limitam o mercado: em geral, ações africanas têm free float menor e spreads mais amplos do que mercados desenvolvidos.
• Oportunidades estruturais permanecem atraentes — inclusão financeira, pagamentos móveis, energia renovável, logística e infraestrutura — apoiadas por uma base urbana e consumidora em expansão.

Diretrizes de diversificação:

• Misture setores: equilibre a estabilidade relativa de bancos e telecom com a alta cíclica de recursos, como mineradoras de ouro.
• Diversifique moedas: use ADRs ou listagens duplas (NYSE, LSE) quando possível para mitigar risco cambial.
• Use ETFs ou fundos focados em África como alocação central líquida e, em seguida, adicione posições diretas seletivas para buscar alfa.
• Entre de forma escalonada em torno de divulgações de resultados ou eventos macro e aplique controles de risco ou proteções cambiais rigorosas para gerir a volatilidade.

E agora?

Esperamos que este artigo tenha oferecido uma visão sobre as dez maiores empresas da África e da África do Sul em termos de capitalização de mercado. Isso pode servir de ponto de partida para novos mercados que muitos traders ainda não exploraram.

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