A análise técnica e seu enquadramento teórico nos ensinam que a história se repete. É por isso que interpretamos eventos repetitivos como ciclos ou padrões.
A psicologia do trader cumpre um papel nesses padrões? Esperança e ansiedade são emoções comuns sentidas pelos traders, e isso muitas vezes se traduz em uma reação em manada aos eventos macroeconômicos do dia a dia.
No início dos anos 1920, o contador e autor Ralph Nelson Elliott identificou que o estado de espírito ou a psicologia em massa dos traders afetavam os preços de mercado de diferentes títulos.
Sua teoria, a Teoria das Ondas de Elliott, afirmava que os altos e baixos na psicologia dos traders (ou “ondas”) estavam diretamente relacionados às oscilações de preços para cima e para baixo. Em outras palavras, mudanças na psicologia em massa dos traders têm um impacto nos preços de mercado em padrões que podem ser identificados.
Mas essa teoria não é um método infalível ou comprovado. Os padrões estão abertos a interpretação, e diferentes analistas podem chegar a conclusões diferentes com base nos mesmos dados. Alguns traders podem preferir outros métodos para uma abordagem de análise de mercado mais baseada em dados.
No entanto, depois de fazer sua análise, os traders podem optar por usar esse método para confirmar os sinais que obtêm.
Índice:
Ondas Impulsivas e Corretivas
De acordo com a Teoria das Ondas de Elliott, os preços de mercado se movem em cinco ondas na mesma direção da tendência principal, acompanhadas por três ondas contra a tendência principal. As cinco ondas iniciais formam a tendência dominante impulsiva, enquanto as três ondas seguintes formam a correção contrária à tendência principal.
Aqui, 3 ondas altistas (Ondas 1, 3 e 5) e 2 ondas baixistas (Ondas 2 e 4) formam a direção ascendente líquida e impulsiva da tendência.
Depois disso, há 2 ondas baixistas (Ondas A e C) com uma onda altista (Onda B) entre elas, formando a correção descendente.
Quais São os Parâmetros para o Cálculo das Ondas?
A sequência de Fibonacci é uma série de números onde cada um é a soma dos dois anteriores, começando com 0 e 1. Ela forma a base para a retração de Fibonacci, uma técnica que pode ajudar a medir o potencial comprimento das ondas dentro de uma estrutura de Onda de Elliott.
Confira nosso guia completo sobre retrações de Fibonacci para saber mais sobre como usá-las quando estiver analisando gráficos.
Exemplo 1: Entendendo a parte impulsiva
Onda 1: Esta é uma fase altista. A análise do gráfico é fundamental, pois os breakouts são os primeiros sinais de uma onda de Elliott se formando, com uma segunda indicação sendo uma reversão de tendência após um breakout. Quando isso acontece, podemos definir uma correção severa de mais de 50% (com base na retração de Fibonacci).
Onda 2: Esta é uma correção da Onda 1. Podemos esperar um recuo de não menos que 61,8% e não mais que 76,4% (de acordo com a retração de Fibonacci).
Onda 3: Se a nova onda que se forma ultrapassar o comprimento da Onda 1, isso pode ser considerado outra confirmação da formação de uma Onda de Elliott. Essa nova Onda 3 tem uma projeção mínima de 161,8% (calculada de acordo com a extensão de Fibonacci) da Onda 2. Como regra geral, a Onda 3 costuma ser a mais forte das ondas impulsivas, e nunca é menor do que as outras duas ondas indicadas.
Onda 4: Esta onda é uma correção da Onda 3. Uma regra fundamental é considerar um recuo que não ultrapasse a máxima da Onda 1. Geralmente tende a ser a mais irregular das ondas em termos de comportamento devido à retração que pode sinalizar em relação à Onda 3, alcançando correções de 38% (de acordo com a retração de Fibonacci) ou também validadas em torno de 23%.
Onda 5: A Onda 5 supera a Onda 3. A chave é ter uma projeção de 161,8% da Onda 4 e comprimento semelhante à Onda 1. Uma de suas principais características é que ela compreende um aumento significativo no volume negociado, que geralmente não é acompanhado por um aumento significativo no preço.
Exemplo 2: Entendendo a parte corretiva
Sem dúvida, é neste ponto que muitos traders se perdem, onde três ondas ocorrem em uma correção em zigue-zague, contrária às cinco anteriores.
Onda A: Esta é a primeira onda que parte do final da Onda 5. Ela consegue se desenvolver na mesma direção da Onda 4, mas geralmente não ultrapassa as máximas da Onda 3.
Onda B: Esta é a correção da Onda A, normalmente considerada até 50 a 62% e nunca deve exceder 75%.
Onda C: Tem o mesmo comprimento da Onda A. Alcança 150 a 161,8% da Onda B, ou 261,8% da Onda B em casos extremos.
Que Indicadores eu Posso Utilizar com a Teoria das Ondas de Elliott?
As ondas de Elliott podem ser uma ferramenta útil para muitos traders. No entanto, é extremamente importante lembrar que não se trata de uma teoria comprovada. Em vez disso, elas podem ser usadas junto com outros indicadores técnicos para identificar pontos de entrada e saída. Neste caso, essas ondas podem ser consideradas mais como padrões de confirmação do que padrões usados para identificar uma tendência.
A Convergência/Divergência das Médias Móveis (MACD) é um dos indicadores mais populares para combinar com a análise das Ondas de Elliott, sendo especialmente útil para traders iniciantes. Ele nos permite antecipar mudanças de direção e traz suporte à leitura das ondas para confirmar o início de um padrão de alta ou baixa.
O Índice de Força Relativa (RSI) é outro indicador útil junto com a Teoria das Ondas de Elliott, pois pode ser usado para medir a força da tendência e identificar reversões potenciais.
Por último, não se esqueça que cada abordagem analítica tem suas próprias aplicações e nenhuma oferece qualquer tipo de garantia. Portanto, tome decisões de trading com base em princípios robustos de gerenciamento de riscos e use ferramentas como contas de demonstração para testar suas estratégias.